Vivemos em um tempo em que as imagens se multiplicam em telas, as tendências se renovam rapidamente e o “último lançamento” é exaltado como verdade absoluta. Em meio a esse turbilhão, surge uma pergunta essencial: o que, de tudo isso, realmente faz sentido para você?
O design de interiores, assim como a arquitetura, deveria ser um reflexo da vida — e não apenas um espelho das modas passageiras. Mas o que acontece, muitas vezes, é que o excesso de referências externas acaba silenciando a nossa própria voz interna. A gente começa a gostar do que todo mundo gosta, sem parar para se perguntar se aquilo conversa, de fato, com a nossa história, com a nossa rotina e com o nosso jeito de viver.
É nesse ponto que entra o valor do pensamento crítico — e, junto com ele, a ideia do minimalismo. Não como uma estética fria e distante, mas como um convite à reflexão. O minimalismo que propomos aqui é uma escolha consciente: repensar o que realmente importa, o que faz sentido ter, usar, manter. Não é sobre viver com pouco, mas viver com propósito. Quando você escolhe o que permanece, está dizendo algo sobre si. Está fazendo uma curadoria da própria vida.
Seguir tendências é fácil. Elas vêm prontas, empacotadas com soluções “coordenadas”, e prometem o conforto de uma aceitação quase automática. Mas será que tudo aquilo que está em alta realmente tem a ver com você? Às vezes, o que mais te representa não está nos holofotes — está naquela peça que você achou comum demais, ou naquele canto da casa que ninguém nota, mas que te acolhe como nenhum outro.
No meu trabalho, prefiro caminhar junto com o cliente. Escutar o que ele sente, o que deseja e o que precisa. Isso vale para qualquer tipo de projeto — dos mais simples aos mais completos. Acredito que pensar criticamente não é negar as tendências, mas sim saber filtrar, escolher e integrar com identidade. É unir passado, presente e futuro de forma orgânica. É reconhecer que algumas tendências também se tornam memória afetiva — mas só se fizerem sentido para você.
Na arquitetura e no design que pratico, não existe fórmula pronta. Existe olhar atento, escuta verdadeira e vontade de criar espaços que sustentem a vida real, com beleza, funcionalidade e significado.
Afinal, um espaço bem pensado começa quando você se sente livre para escolher — não o que está na moda, mas o que faz sentido para você.
Grata pela visita!
Um abraço,
Ulla.